Para tirar o volante Allan do Flamengo em 2026, não basta querer. É preciso ter dinheiro, e dinheiro na mão. A diretoria rubro-negra definiu sua régua para qualquer negociação e a mensagem ao mercado — especialmente a rivais como o Atlético, o mais cotado — é clara: o preço mínimo para começar a conversa é de R$ 34,4 milhões, com pagamento à vista ou com garantias bancárias sólidas.
O recado é um só: o Flamengo não faz liquidação, e muito menos financia um concorrente direto.
O Porquê dos R$ 34,4 Milhões para o Atlético
O valor não foi tirado do nada. Ele representa cerca de 80% do investimento original de aproximadamente R$ 43 milhões que o Flamengo fez para tirar o jogador do próprio Atlético em 2023. A lógica é puramente de negócio: recuperar a maior parte do capital investido em um ativo que ainda tem contrato longo.
É uma forma de dizer ao mercado que, mesmo que o jogador não seja titular absoluto, seu valor de passe continua alto.
Mais Importante que o Preço: A Forma de Pagamento
A exigência de pagamento à vista ou com garantias bancárias é, talvez, a parte mais dura da posição do Flamengo. Em um futebol brasileiro marcado por parcelamentos longos e eventuais calotes, o clube se protege de qualquer risco financeiro.
Essa condição, na prática, funciona como um filtro: ela favorece clubes europeus ou do mercado árabe, com maior liquidez, e dificulta enormemente a vida de rivais brasileiros, como o Atlético, que teriam que fazer uma complexa engenharia financeira para chegar a esses termos.
A crise financeira do Atlético, inclusive devendo valores para Paulinho, que foi para o Palmeiras, mostra que a confiança do mercado no clube mineiro está caindo.
Vender ou Manter? O Dilema Confortável do Flamengo
O Flamengo pode se dar ao luxo de impor condições porque está em uma posição confortável. Com contrato até o fim de 2027 e com Allan ganhando mais minutos sob o comando de Filipe Luís, não há urgência para vender.
- Se a proposta certa chegar: O clube faz um bom caixa e abre espaço no elenco e na folha salarial.
- Se a proposta não chegar: O clube mantém um volante de qualidade, com contrato longo, para compor o elenco.
É um cenário de ganha-ganha para a diretoria rubro-negra.
