A torcida do Atlético-MG foi surpreendida nesta semana por um movimento digital que reacendeu velhas polêmicas. Allan, volante multicampeão pelo Galo e atualmente no Flamengo, desarquivou fotos de sua passagem por Belo Horizonte em seu perfil no Instagram. O gesto foi imediatamente interpretado pela arquibancada virtual como um sinal de “saudade” ou uma tentativa de reaproximação, justamente no momento em que seu nome aparece na lista de negociáveis do clube carioca para 2026.
No entanto, nos bastidores da Cidade do Galo, o entusiasmo não encontrou eco. Fontes ligadas à diretoria apontam que o retorno do volante não é tratado como prioridade, apesar de rumores sobre um suposto pedido de Jorge Sampaoli. A “repatriação” esbarra em barreiras financeiras e, principalmente, na forma traumática como a relação foi rompida em 2023.
Atlético-MG calcula ‘custo’ de Allan do Flamengo
Para entender por que o Atlético “barra” a narrativa do retorno, é preciso olhar para os números e para a memória. Em 2023, o Flamengo pagou € 8,2 milhões (cerca de R$ 43 milhões na época) para tirar Allan de Minas Gerais. O negócio só saiu após muita insistência do jogador, o que gerou uma cicatriz profunda com a torcida e com a diretoria, que classificou a saída, à época, como uma vontade unilateral do atleta.
Hoje, o cenário financeiro é complexo. O Flamengo, que investiu pesado, gostaria de recuperar parte desse capital. O Atlético, por sua vez, não cogita pagar valores altos por um jogador que saiu “pela porta dos fundos”.
- Valor de Compra (2023): R$ 43 milhões (€ 8,2 mi).
- Valor Atual de Mercado (Transfermarkt): € 3,0 milhões (aprox. R$ 19,3 milhões).
- O Impasse: O Flamengo tem contrato com Allan até o fim de 2027 e dificilmente aceitaria liberá-lo pelo valor depreciado atual sem impor condições duras.
Sampaoli quer, mas a SAF avalia o “Perfil”

A informação de que o Atlético teria consultado a situação de Allan, divulgada pelo jornal O Dia, estaria atrelada ao apreço de Sampaoli pelo futebol do volante, com quem trabalhou no próprio Galo. Porém, a nova gestão da SAF prioriza o “perfil de função” e o ambiente do vestiário.
Trazer de volta um jogador que forçou a saída exige uma justificativa técnica inquestionável. Hoje, Allan vem de uma temporada de baixa minutagem e críticas no Rio de Janeiro, o que enfraquece o argumento de que ele seria a “solução mágica” para o meio-campo de 2026. A tendência interna é buscar nomes que cheguem sem o peso de um passado conturbado e com um custo-benefício mais claro.
Análise Moon BH: Instagram não apaga o passado
O Instagram do Allan pode até dar manchete e gerar o caos nas redes sociais, mas quem decide contratação é a planilha e a memória do vestiário. A volta ao Atlético é uma pauta que gera cliques porque tem narrativa pronta: o ídolo recente, a “traição” da ida para o rival e a suposta reconciliação.