HomeEsportesAtléticoAtlético SAF e PCC: jornalista diz que investimentos de Vorcaro são investigados

Atlético SAF e PCC: jornalista diz que investimentos de Vorcaro são investigados

Uma sombra paira sobre a origem do dinheiro que ajudou a transformar o Atlético em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Reportagem do jornalista Rodrigo Capelo, do Estadão, alega que os R$ 300 milhões aportados pelo investidor Daniel Vorcaro teriam passado por uma complexa cadeia de fundos de investimento que estão na mira da Operação Carbono Oculto, do Ministério Público de São Paulo, por suspeita de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

A denúncia, embora negada veementemente pelo clube e pela gestora Reag, acende um alerta vermelho sobre a transparência e a governança das SAFs no Brasil.

Jornalista aponta suspeita de SAF do Atlético e PCC

O cerne da reportagem é a alegação de que o dinheiro não fluiu diretamente do investidor para o clube. Ele teria percorrido uma “esteira” – passando por fundos como Olaf, Hans, Alepo, Maia e Astralo – antes de chegar ao Galo Forte FIP, o veículo final que comprou a participação na SAF.

O problema? Esses fundos intermediários estariam sob investigação na Operação Carbono Oculto, que apura exatamente o uso de fundos de investimento para ocultar a origem de recursos ilícitos, principalmente no setor de combustíveis.

Galo emite nota

A resposta do Atlético e da Reag Investimentos (administradora de parte dos fundos citados) foca na legalidade formal da operação final:

“O Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia é um veículo de investimento devidamente constituído e regular perante a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), sob administração da Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA. A Trustee é uma empresa igualmente registrada perante a CVM. Referido fundo figura como acionista da Galo Holding S.A., contexto no qual o Atlético não tem conhecimento de quaisquer irregularidades”, diz nota do Atlético ao Sport Insider.

O X da Questão: A Governança das SAFs em Xeque

Este episódio é um teste de fogo para o modelo SAF no Brasil. A promessa era de mais transparência e profissionalismo, mas a complexidade de estruturas com múltiplos fundos e administradoras pode, ironicamente, criar brechas para a falta de clareza sobre o beneficiário final do dinheiro.

A Operação Carbono Oculto investiga exatamente isso: como fundos podem ser usados para dificultar o rastreamento de recursos. O caso do Atlético vira, involuntariamente, um estudo de caso dessa vulnerabilidade.

Esportes Redação
Esportes Redação
Jornalista esportivos que trabalham há mais de 15 anos na cobertura diária dos principais clubes brasileiros, com foco em Atlético, Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras, Corinthians e Botafogo.