Um movimento nos bastidores da aviação mundial pode recolocar Minas Gerais de vez no mapa das grandes rotas intercontinentais. Executivos da gigante Emirates Airlines desembarcam em Belo Horizonte neste mês para uma rodada de negociações sobre a viabilidade de um voo direto entre o Aeroporto de Confins (CNF) e Dubai (DXB). A pauta, que já agita o governo e a BH Airport, pode ser o “ponto de virada” que o estado espera há anos.
Ainda não há anúncio oficial, mas a simples presença da companhia árabe em solo mineiro, adiantada pelo O Fator, para discutir o projeto já é o sinal mais forte de que o sonho de uma conexão direta com o Oriente Médio, Ásia e África nunca esteve tão perto de decolar.
Os Trunfos de Minas na Mesa de Negociação
O interesse da Emirates em Belo Horizonte não é um acaso. O estado e seu principal aeroporto têm cartas de apresentação poderosas:
- Infraestrutura Pronta: O Aeroporto de Confins possui uma pista de 3.600 metros, capaz de receber com segurança as maiores aeronaves de longo curso do mundo, como o Boeing 777, principal avião da Emirates no Brasil, e até mesmo o gigante Airbus A380.
- O “Sócio” Perfeito: A Emirates já possui uma parceria estratégica de codeshare e de fidelidade com a Azul Linhas Aéreas, que tem em Confins seu principal hub no Brasil. Isso significa que um voo vindo de Dubai poderia se conectar com dezenas de outros destinos no interior de Minas e do Brasil, “alimentando” a rota com passageiros de todo o país — um modelo que já é um sucesso em São Paulo e no Rio.
- Economia Aquecida: As relações comerciais entre Minas Gerais e os Emirados Árabes Unidos cresceram nos últimos anos, com destaque para a exportação de café e outros produtos do agronegócio. Um voo direto facilitaria não apenas o transporte de passageiros, mas também de cargas.
O que Falta para o “Sim”?
Apesar do cenário favorável, a operação é complexa e cara. Para que o voo saia do papel, alguns obstáculos precisam ser superados:
- Incentivos Fiscais: A negociação certamente passará pela discussão de uma política de redução do ICMS sobre o querosene de aviação (QAV), o principal custo de uma rota de longa distância.
- Acordo Comercial: Será preciso um acordo robusto que maximize as conexões com a malha da Azul, garantindo uma alta taxa de ocupação para o voo.
- Slots em Dubai: O hub da Emirates é um dos mais congestionados do mundo, e conseguir um “espaço” para pousar e decolar no horário nobre é uma disputa acirrada.
BH em Destaque na Aviação Global
A possível chegada da Emirates a BH é um reflexo do novo momento de Minas no cenário global. Um voo direto para Dubai encurtaria drasticamente as viagens para destinos-chave como a Ásia e a África, reduziria a dependência dos aeroportos de São Paulo e Rio e atrairia um novo fluxo de turistas e negócios para o estado. P
ara a Emirates, a rota captura uma demanda corporativa e turística reprimida, com um “alimento” doméstico que pouquíssimas cidades no mundo podem oferecer. A negociação é um complexo jogo de xadrez, mas as peças, pela primeira vez em muito tempo, parecem estar se alinhando a favor de Minas.























