Nas cidades históricas de Minas, é comum ver cercas vivas formadas por uma planta cheia de espinhos e com pequenas folhas verdes. Muitos não sabem, mas estão diante de um dos ingredientes mais ricos e emblemáticos da culinária mineira: a ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata).
O nome curioso, que em latim significa “rogai por nós”, tem uma origem lendária. Diz-se que a planta era colhida nos quintais das igrejas enquanto os padres rezavam longas missas em latim. Por ser rica em proteína (cerca de 25% de sua composição), ela se tornou um complemento alimentar fundamental em tempos de escassez, ganhando o apelido de “carne de pobre”.
Benefícios para a Saúde da ora-pro-nóbis
Hoje, a ora-pro-nóbis é celebrada por nutricionistas como um superalimento. Além do alto teor de proteína, ela é riquíssima em fibras, ferro, cálcio e vitaminas A e C. Suas propriedades ajudam no funcionamento do intestino, fortalecem o sistema imunológico e combatem a anemia.
Como é usada na Cozinha?
A ora-pro-nóbis tem um sabor neutro e uma textura levemente “babosa”, similar à do quiabo, quando cozida. A forma mais tradicional de preparo é refogada e misturada a pratos como:
Frango com ora-pro-nóbis: O prato mais famoso. Um ensopado de frango caipira com as folhas da planta, geralmente servido com angu e arroz. A cidade de Sabará, vizinha a BH, é o berço desta receita e promove um festival anual dedicado à iguaria.
Bambá de couve com ora-pro-nóbis: Um caldo grosso de fubá com couve e as folhas da planta.
Recheios: É usada em recheios de pastéis, tortas e pizzas.
Saladas: Suas folhas jovens podem ser consumidas cruas em saladas.
O que antes era um alimento de subsistência, hoje é a estrela de pratos em restaurantes renomados, mostrando a redescoberta e a valorização dos ingredientes da nossa biodiversidade. A ora-pro-nóbis é a prova de que a cozinha mineira é, ao mesmo tempo, simples e sofisticada.























