A recente redução da velocidade máxima em trechos da Via Expressa, uma das vias arteriais mais importantes de Belo Horizonte, tornou-se alvo de uma forte polêmica na Câmara Municipal. A vereadora Marcela Trópia (Novo) usou a tribuna e suas redes sociais para questionar formalmente a decisão da BHTrans, empresa que gerencia o trânsito da capital.
Segundo a parlamentar, a medida foi implementada sem a apresentação de estudos técnicos que a justifiquem, levantando a suspeita de que o principal objetivo seja aumentar a arrecadação com multas de trânsito.
A mudança na Via Expressa
A BHTrans alterou o limite de velocidade em determinados trechos da Via Expressa, reduzindo a máxima permitida de 80 km/h para 60 km/h. A justificativa oficial da empresa, apresentada em nota, é de que a medida visa “acalmar o tráfego” e, principalmente, reduzir o alto número de acidentes com vítimas registrados nesses pontos específicos da via. A empresa afirma que a decisão é técnica e baseada em dados estatísticos de segurança.
Os questionamentos de Marcela Trópia
Em seu pronunciamento, a vereadora Marcela Trópia criticou duramente a falta de transparência no processo. “Qual o critério técnico para essa redução? Isso não foi apresentado à população nem à Câmara Municipal. A decisão foi tomada de forma arbitrária”, declarou.
Ela argumenta que, além de não ter a eficácia comprovada por estudos públicos, a redução pode acabar gerando mais congestionamentos em uma via que já é naturalmente sobrecarregada nos horários de pico.
‘Indústria da Multa’ ou segurança no trânsito?
O ponto mais sensível levantado pela vereadora é a suspeita de que a medida tenha um viés arrecadatório. “Afinal, o trecho está em frente à Arena MRV, que recebe eventos muito grandes, como os jogos de futebol, shows, etc. O que a gente quer entender é se houve estudo técnico, qual é a justificativa da BHTrans e se essa medida está de fato melhorando a segurança ou apenas servindo para aumentar essa arrecadação com as multas, o que já gera muita desconfiança da população há muito tempo?”, afirmou Marcela Trópia, ecoando uma queixa frequente entre os motoristas da cidade.
Este se tornou o centro do debate: a medida é uma ação necessária para salvar vidas ou uma forma de aumentar a arrecadação do município?
Próximos Passos na Câmara Municipal
Diante da polêmica, a vereadora informou que irá protocolar um pedido de informações oficial para que a BHTrans seja obrigada a apresentar os estudos e os dados que embasaram a decisão de reduzir a velocidade na Via Expressa. Além disso, Marcela Trópia não descarta solicitar a realização de uma audiência pública na Câmara para que o tema seja debatido abertamente com a sociedade e com os representantes da empresa de trânsito da capital.
