A Vale revelou na última sexta-feira (14) um plano de R$ 70 bilhões para expandir suas operações no complexo de Carajás (PA) entre 2025 e 2030.
Batizado de “Novo Carajás”, o projeto visa aumentar a produção de minério de ferro e cobre na região, consolidando o Pará como coração estratégico da mineradora. O anúncio ocorreu na Oficina N5 do Complexo Serra Norte, em Parauapebas, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia).
A iniciativa chega em um momento de reestruturação na Vale, que recentemente criou uma diretoria de Relações Institucionais e finalizou acordos bilionários relacionados ao rompimento da barragem de Mariana (MG).
Vale faz investimentos fora de MG
O complexo de Carajás, que abriga a maior mina de ferro a céu aberto do mundo, já responde por mais da metade da produção total da Vale no Brasil. Com uma qualidade de minério superior (alto teor de ferro e baixo nível de impurezas), a região produz 150 milhões de toneladas/ano — número que deve crescer com os novos investimentos.
Os R$ 70 bilhões serão direcionados para:
- Ampliação de minas: Aumento da capacidade de extração de ferro e cobre.
- Infraestrutura logística: Expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e do Porto de Ponta da Madeira (MA).
- Tecnologia sustentável: Adoção de equipamentos de baixo carbono e sistemas de gestão hídrica.
“Carajás é nosso passaporte para liderar a transição global para energias limpas. O minério daqui é essencial para aço verde e componentes de turbinas eólicas”, afirmou um executivo da Vale durante o evento.
Minas deixa de ser o foco
O megainvestimento no Pará reforça uma mudança estratégica da Vale, que vem reduzindo gradualmente o foco em Minas Gerais — estado historicamente central para a empresa. Enquanto Carajás recebe bilhões, projetos em MG, como a recuperação pós-rompimento de Mariana, avançam em ritmo lento, gerando críticas de comunidades locais.
Lula defende investimentos
A presença de Lula no lançamento do “Novo Carajás” ocorre após sua participação em eventos da COP30 em Belém, onde defendeu “desenvolvimento sustentável na Amazônia”. O contraste entre os discursos ambientais e o apoio a megaprojetos extrativistas gera debate.
