No dia 5 de outubro, que marcou os 35 anos da promulgação da Constituição de 1988, a Câmara Municipal de Belo Horizonte inaugurou a Praça da Constituinte, situada em frente à sede do Poder Legislativo, juntamente com o Corredor Cultural Alberto da Veiga Guignard, que abriga três exposições. Com a inauguração da praça, obras de Amílcar de Castro e Oscar Niemeyer foram reposicionadas, e uma escultura em homenagem ao deputado constituinte e vereador Elias Murad (1924-2013) foi inaugurada.
Posteriormente, as atividades foram direcionadas para o Corredor Cultural, que apresenta trabalhos de Yara Tupynambá, registros históricos do Legislativo e retratos de ex-presidentes da CMBH. Durante o evento, o presidente da Câmara, Gabriel (sem partido), destacou que a Casa é um símbolo de uma cidade que almeja ser democrática.
No início da celebração, o presidente da Câmara relembrou os 35 anos da Constituição e agradeceu cidadãos, parlamentares e servidores pela presença, destacando a especial contribuição dos funcionários da Câmara durante as obras, enquanto portarias da Câmara tiveram que ficar fechadas para a execução das intervenções.
Gabriel salientou que a capital é profundamente conectada com a palavra Constituinte, e fez referência a momentos históricos, como a 2º Constituição brasileira, de 1891, e ao período em que Minas Gerais elaborou sua Constituição e decidiu construir uma nova capital, a Cidade de Minas, hoje, Belo Horizonte.
Gabriel agradeceu à Fundação Municipal de Cultura por disponibilizar um acervo com peças históricas inéditas; ao grupo Patrimar, que custeou a reforma da praça; e a Luíz Orsini, responsável pelo projeto paisagístico; além da família de Yara Tupynambá, cujo acervo está sendo exibido no Corredor Cultural Alberto da Veiga Guignard. Ele concluiu: “Vamos em frente nesta nova fase, com a Câmara renascida, de portas abertas ao povo, com artistas inundando os corredores e com uma praça para todos caminharem. Esta é a Câmara do povo, com o povo, pelo povo e para o povo de Belo Horizonte”.
Com a requalificação, a Praça da Constituinte deverá constituir-se como uma área de encontro e sociabilidade, proporcionando o bem-estar dos indivíduos e funcionando como local de escape dentro do contexto urbano. Secretária-geral da Mesa Diretora, Marcela Trópia (Novo) disse estar muito orgulhosa com a inauguração, “que torna a nossa Câmara Municipal bonita, importante, com a relevância que ela merece”.
Henrique Braga (PSDB), conselheiro benemérito da Câmara Municipal que conviveu com Elias Murad enquanto vereador, disse que Murad foi “um homem imprescindível e indispensável quando o assunto era ajudar ao próximo, perseverante e dedicado na construção de um mundo melhor”.
O Corredor Cultural Alberto da Veiga Guignard, que exibe três exposições. A primeira delas é temporária e denominada Belo Horizonte ontem e hoje: Poder Legislativo sempre presente, cujo objetivo é propor uma reflexão sobre a capital mineira a partir das trajetórias dos Poderes Legislativo e Executivo. Nela, são apresentados alguns marcos da cidade ao longo do tempo, como a discussão legislativa que deu origem à nova Capital de Minas, ou a experiência democrática primordial de Belo Horizonte: a primeira Câmara Municipal, que funcionou de 1936 a 1937. A exposição, realizada pela CMBH, é fruto dos convênios com o Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH), que guarda a memória do Executivo e do Legislativo da capital.
Belo Horizonte da Yara, também em exibição na Câmara, homenageia a artista plástica Yara Tupynambá, com 62 quadros do acervo da artista, além de objetos, livros e recortes de jornais que narram a trajetória da artista, uma das mais brilhantes alunas de Alberto da Veiga Guignard, pintor e professor que dá nome ao Corredor Cultural da CMBH. A mostra traz criações de diversas fases da artista, incluindo obras das décadas de 1950 e 1960. Gabriel explicou que ela não pôde comparecer por estar se recuperando de problemas de saúde. “A família está cuidando com muito carinho dela, e nós estamos cuidando com muito carinho de suas obras”, comentou, acrescentando que seus quadros e desenhos retratam parques conhecidos da cidade, como o das Mangabeiras, além de figuras femininas diversas. Geraldo Porfírio da Silva, genro da Yara e curador da exposição, disse que o espaço está “maravilhoso” e a homenagem é merecida.
O Corredor Cultural Alberto da Veiga Guignard também abriga uma exposição permanente com os retratos de ex-presidentes da Câmara Municipal de Belo Horizonte. O corredor é parte do Programa Câmara Cultural, instituído pela Mesa Diretora por meio de deliberação publicada no Diário Oficial do Município (DOM) no dia 29 de julho. Além da galeria de arte e exposições, o programa prevê o cineclube câmara; concursos culturais; feiras; festivais; e parcerias culturais.
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