O Projeto de Lei 564/2023 será objeto de discussão pública na Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo no próximo dia 23 de agosto, quarta-feira, às 9h30, no Plenário Camil Caram. Os proponentes do PL, que já passaram pela aprovação em primeira votação, e os autores do requerimento para a audiência, Cida Falabella (Psol), Iza Lourença (Psol) e Bruno Pedralva (PT), têm como propósito ampliar o diálogo com a comunidade e facilitar a cooperação entre diferentes setores – artistas, organizadores de eventos e autoridades municipais – para desenvolver ações concretas que apoiem e fomentem a estruturação, organização e divulgação de eventos envolvendo batalhas de rimas, saraus e slams em Belo Horizonte. A intenção é incentivar a valorização e integração das expressões culturais periféricas na cidade. A sessão poderá ser simultânea presencialmente ou de forma virtual, através do canal da Câmara de BH no YouTube. Dúvidas, observações e sugestões podem ser enviadas aos participantes por meio deste link até a conclusão da reunião.
Na justificativa para a realização dessa reunião, os legisladores ressaltaram que a cultura hip hop, que abrange elementos como dança (breaking), grafite e rimas (rap), celebra seu cinquentenário em agosto de 2023. Originado no bairro do Bronx, em Nova York , e protagonizado pela juventude negra das metrópoles, o movimento hip hop reúne várias linguagens artísticas em uma “ocupação artística das ruas” autônoma. Na região de BH e na sua área metropolitana, esse movimento já se estabeleceu de forma sólida em diversos territórios, servindo como forma de expressão contra os desafios sociais urbanos. Ele também deu origem a uma cena cultural significativa, notadamente através de diversos coletivos emocionados por mulheres, os quais incorporam no slam uma maneira de fortalecer suas mensagens de empoderamento.
A palavra “slam”, que é usada para representar o som de palmas, descreve as batalhas de poesia falada que emergiram nos anos 1980 nos Estados Unidos e que se reservaram pelas periferias do Brasil e do mundo. Estimativas feitas em 2018 apontaram a existência de aproximadamente 150 comunidades de slam por todo o país. Inspirado pela trajetória já trilhada pelos Saraus (eventos que reúnem música, literatura, dança, teatro e outras formas artísticas, promovendo cultura e integração social), o movimento do slam hoje desempenha um papel significativo ao dar visibilidade às questões relacionadas a negros, indígenas, indígenas LGBTQIA+, feminismo, pessoas com deficiência, ambientalismo, entre outras pautas relevantes. (Fonte: Jornal USP)
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