Carnaval de BH não deve ter patrocinadores na atual gestão

A Belotur informou aos vereadores Irlan Melo (Patri) e Fernanda Pereira Altoé (Novo) que já está prospectando patrocinadores para o Carnaval do ano que vem, que deve bater mais um recorde de público em BH.

O problema é que a experiência de 2023 diz as empresas que patrocinar o Carnaval de BH é um mau negócio.

O Boticário patrocinou o Carnaval de BH com brindes

Uma das maiores empresas de perfumaria e beleza do país, O Boticário informa em seu site que em 2021 registrou faturamento recorde, de R$ 18 bilhões.

Entretanto a empresa trocou uma cota de patrocínio por brindes e permutas, que foram entregues aos foliões e para a própria PBH.

Com o valor que economizou, comprou mídia na imprensa local e patrocinou alguns blocos, diretamente.

Brahma patrocinou blocos

O Presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto Castro disse que uma grande cervejaria decidiu patrocinar apenas os Carnavais de São Paulo, Rio e Salvador neste ano.

A cervejaria é a Ambev, dona de marcas como Skol, Brahma, Bud e etc. O que acontece é que assim como O Boticário, a cervejaria viu que era muito mais econômico patrocinar somente os blocos, ao invés de todo o Carnaval.

Qual o benefício para a Ambev em conseguir exclusividade na venda em um mercado onde já é dona de quase 70% do mercado?

Cervejaria patrocinou Banda Mole

A Banda Mole, bloco gigante que desfila há quase 50 anos, também foi patrocinada por uma outra marca de cerveja, conseguindo, inclusive, exclusividade na venda em espaço público, na Avenida Afonso Pena.

Setor de eventos deveria contribuir

O grande atrativo do Carnaval de Belo Horizonte são os blocos de rua, mas desde 2016 criou-se um circuito de grandes festas com shows dos maiores nomes da música nacional. Todos os eventos são patrocinados por destilarias premium, que vendem gin, vodka e uísque com exclusividade nas festas.

Apesar de surfarem na popularidade do “Carnaval de BH”, qual é a contribuição destes eventos para a folia? Se eles só existem por causa da grande festa, não deveriam contribuir com ela?

Fhilipe Pelájjio

Publicitário, jornalista e pós-graduado em marketing, é editor do Moon BH e do Jornal Aqui de BH e Brasília. Já foi editor do Bhaz, tem passagem pela Itatiaia e parcerias com R7, Correio Braziliense e Estado de Minas.