Uma das jornalistas mais conhecidas e respeitadas de Minas Gerais, Isabela Scalabrini tem 40 anos de jornalismo e 20 deles foram à frente da bancada do MGTV, na Globo Minas. Mas antes ela foi a responsável por abrir portas para as mulheres no esporte e entrevistou ídolos como Senna e Maradona.
Em entrevista ao site de entretenimento Na Telinha, ela contou como aconteceu a saída da bancada após tanto tempo para voltar exclusivamente a fazer reportagens nas ruas de Belo Horizonte.
Há alguns anos o MG1 perdeu a liderança na Grande BH para o Balanço Geral, da Record Minas. A troca de Isabela por Aline Aguiar foi uma tentativa de renovar o programa em busca da audiência perdida, mas o fraco resultado pode indicar que a culpa é mais do formato engessado do que de quem apresenta o jornal.
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Ainda na entrevista, ela contou como foi o retorno às ruas: “sou uma repórter de televisão. E nunca deixei de fazer reportagens na rua. Sou curiosa, inquieta, falante. Adoro o dia a dia agitado de um repórter”.
Negou que exista preferência pessoal por alguma das funções: “Muita gente me pergunta se eu tenho preferência por ser repórter ou apresentadora. Sou jornalista e não saberia escolher entre as duas atividades. Ter sido âncora do MG1 pra mim foi uma honra”.
Durante os 20 anos na bancada do MGTV, a jornalista de fato nunca deixou de ir para as ruas produzir matérias.
Em 2011 ela cobriu a morte do ex-vice-presidente José de Alencar e em uma ação inédita, apresentou o telejornal de dentro do Globocop. Dois anos depois, nas manifestações de 2013, foi novamente para as ruas da capital cobrir o evento e produzir matérias para o Jornal Nacional.
Nesta gravação, de 1955, a dupla interpreta a canção “Peixe Vivo”:
Se o machismo no jornalismo esportivo ainda é grande hoje, vide Carina Pereira na própria Globo Minas, imagine há décadas. E Isabela também sofreu durante a cobertura da Copa do Mundo 1986, no México.
“Cheguei para cobrir a Argentina e todo mundo queria falar com ele. Todos os jornalistas eram homens e eu fui entrando. Perguntei sobre o início do treino e se o Maradona estava no vestiário. Eu nunca vou me esquecer que todo mundo riu. Disseram ‘O Maradona só está esperando você chegar’, ironizando. E eu fui entrando, me apresentei e pedi para fazer uma exclusiva para o Brasil. Em 1 minuto, ele sai do vestiário e vem na minha direção”, contou ela em 2020, após a morte do craque.
O episódio acabou virando um tapa de luva em seus colegas homens: “O Maradona me ajudou a superar um episódio de machismo. Todos que me ironizaram chegaram para aproveitar aquela entrevista”. Ela contou o episódio na Globo:
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