A secretária de saúde de Belo Horizonte, Cláudia Navarro, publicou em suas redes sociais que “mesmo estando na Secretaria de Saúde, meu atendimento continua. Pode agendar com tranquilidade, que estarei aguardando”. Não deixa claro onde estará aguardando. Se atenderá na prefeitura ou se exercerá o secretariado no consultório.
Talvez a falta de dedicação exclusiva ao cargo esteja sendo prejudicial para a capital.
Nesta quinta, 2, avisou que a cidade voltaria a recomendar uso de máscaras em locais fechados, volta da obrigatoriedade de álcool gel nos estabelecimentos e outras medidas: “em razão do atual cenário epidemiológico de Covid-19 na capital, a Prefeitura de Belo Horizonte optou por fazer ajustes no Protocolo Geral de Vigilância em Saúde”.
Nesta sexta, 3, enviou outra nota sugerindo que a situação da cidade está tão controlada, que não divulgará mais os dados de taxa de transmissão (Rt) e nem os de ocupação de leitos: “considerando o atual cenário da cidade, não haverá mais divulgação dos índices de monitoramento – Rt e taxas de ocupação de leitos de Enfermaria e UTI Covid – e do Matriciamento de Risco (MR)”.
Taxa de transmissão e ocupação de leitos são os dois principais dados para sabermos se a pandemia está se agravando na cidade. Enviamos os questionamentos para a PBH, inclusive sobre as duas atuações de Cláudia, e aguardamos resposta.
No mesmo dia em que a Prefeitura de Belo Horizonte liberou o uso de máscaras em locais fechados, questionamos a medida tomada antes da meta (pelo menos 40% das crianças vacinadas com a segunda dose, mas desejável em pelo menos 50%).
Publicamos o seguinte trecho: “já que os dados não mudaram muito, ou a PBH precisa admitir que errou ao não liberar as máscaras antes, ou erra agora ao liberar sem atingir a meta”.
Ao recomendar a volta das máscaras em locais fechamos cerca de um mês após a liberação, está claro onde foi o erro. Quem sabe esteja faltando dedicação em tempo integral?
Apesar de anunciar suas consultas no Instagram, em entrevista ao Estado de Minas, Cláudia alegou que para assumir a secretaria deixaria o CRM-MG:
“Acho que não é compatível, não só do ponto de vista filosófico, como também do prático. Não consigo ser conselheira e secretária da Saúde porque quando me proponho a assumir algum desafio, eu realmente me dedico ao máximo que posso”.
Segundo o Estado de Minas, a nomeação da secretária se deu sob protesto de mais de 40 entidades, entre associações, deputados e vereadores.
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