Moradores do Belvedere, bairro da região centro-sul de Belo Horizonte, se mobilizaram para tentar barrar o leilão de uma área com cerca de 50 hectares, na divisa com Nova Lima. A ideia dos moradores é usar o terreno para a criação de um parque linear e impedir a implementação de mais prédios na área.
No mês passado, representantes do Ministério da Economia estiveram em BH para apresentar as áreas disponibilizadas pela União para negociação, por meio de um leilão.
O presidente da Associação dos Amigos do Bairro Belvedere, Ubirajara Pires, contou que durante o governo de Michel Temer, havia um entendimento de passar o terreno para o governo de Minas Gerais. No entanto, na gestão de Jair Bolsonaro, esse entendimento mudou. “Vieram pessoas de Brasília que não conhecem Belo Horizonte. Não sabem onde está essa linha, quem foi que preservou essa área”, afirmou.
O local é uma área de preservação ambiental sob a jurisdição do Estado de Minas Gerais desde 2005. A intenção dos moradores é utilizar o local para a criação de um parque, com atividades de lazer, preservação do meio ambiente, articulando com turismo.
Por outro lado, existe a possibilidade de transformar o terreno em uma expansão da do parque imobiliário de Nova Lima, o que pode ser prejudicial ao meio ambiente. “Não é uma boa coisa. Ali temos o maciço do Espinhaço, numa parte muito frágil dele, onde está a Serra do Curral, que é tombada pelo patrimônio artístico nacional, pelo Iepha e pelo município de Belo Horizonte”, afirma a arquiteta e urbanista Cláudia Pires.
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“Não tem cabimento em transformar essa gleba em área de expansão do mercado imobiliário da região do Vila da Serra e Belvedere. Não traz benefício para população, pois beneficia, e muito, o mercado imobiliário”, ressalta Cláudia.
Os moradores do Belvedere fizeram uma mobilização para a criação do parque em 06 de novembro. “As associações de moradores do Belvedere tomam conta dessa área desde 2002, inclusive participamos do projeto de criação da Estação Ecológica. Viemos tomando conta para evitar invasões para preservar e criar o parque. Agora tivemos essa informação desastrosa para a cidade de Belo Horizonte”, afirma Ubirajara.
O cantor Samuel Rosa foi um dos que aderiu ao movimento, que pede que a região seja preservada:
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