“A vida vai ressurgir copulando só afetos”. Numa das esquinas mais conhecidas de beagá – encontro da Sapucaí com o Viaduto Santa Tereza -, o letreiro vermelho luminoso com a poesia da escritora Conceição Evaristo simboliza o clima de sonho e esperança que a primeira edição da Festa da Luz trouxe para Belo Horizonte no último fim de semana de outubro. Com o baixo centro iluminado, ocupado por obras de 25 artistas de todas as regiões do país, o festival transformou a região num cenário onírico, mostrando que é possível vivenciar a cidade de outras formas e apontando para futuros possíveis depois de quase dois anos de pandemia.
Nos quatro dias em que aconteceu, a ocupação luminosa da Festa da Luz tomou conta da timeline de BH: desde quinta-feira, 28 de outubro, até domingo, dia de encerramento do circuito, foram mais de 10 mil postagens diárias com a #festadaluz. Isso sem contar os milhares de conteúdos postados nas redes sociais sobre cada uma das obras que transformou e foi transformada pelos prédios, ruas, esquinas e, especialmente, pelas pessoas que moram ou passaram pela capital mineira.
Logo ali, tínhamos também a tag do artista Goma no topo da Serraria Souza Pinto! A instalação, um pixo projetado em luz neon futurista, costurou a história de um edifício que é patrimônio tombado, e que também é a história de nosso povo – permeada por conflitos sociais, mas também por vida e celebrações-, com a trajetória de João Goma, importante artista de rua de BH.
“Estamos de olho”, “BH é terra indígena” são mensagens que iluminaram o edifício Chagas Dória na Sapucaí. A obra de laser dos artistas Denilson Baniwa e Homem Gaiola parecia vir de outro mundo e nos convidava a pensar sobre o nosso próprio. Na outra ponta do Viaduto, no Sula, avistávamos poesias coloridas que desciam do céu para encantar quem passava: era a instalação Leituras Poéticas des arquitetes Bel e João Diniz.
E não podíamos terminar esse texto sem exaltar o circuito de iluminação cênica que conectou cada uma destas obras e acontecimentos, e foi criado pelas arquitetas Laila Gonçalves e Andréia Barbosa Gomes, do escritório Duas Ideias. O túnel do metrô virou cenário futurista colorido e parada para se gravar fotos e vídeos. A escadaria que leva à Sapucaí, já tomada por grafites e pixos, também ganhou luzes. E, lá no alto, a obra autoral das duas arquitetas, um letreiro neon, também resumiu um sentimento compartilhado de quando a cidade é palco de ações coletivas: BH é Nóis.
Continuidade
“Foram pelo menos 8 anos entre a ideia de realizar a Festa da Luz de Belo Horizonte e a sua concretização. Estamos emocionades com a forma como a cidade abraçou a proposta. Foram noites de esperança e integração completa entre arte, ruas e pessoas. No ano que vem, vislumbramos uma edição maior, com shows e mais artes interativas. Para isso, esperamos contar com o apoio de outras marcas sensíveis além da Becks e Cemig que nos apoiaram na primeira edição, com o fomento da Lei Estadual de Incentivo à Cultura”, celebra Matheus Rocha, da Associação Cultural Casinha, co-produtora do festival junto com a híbrido.cc e a Pública Agência de Arte.
Festa da Luz
A Festa da Luz foi idealizada pela Associação Cultural Casinha e pela Híbrido Comunicação e Cultura e é uma coprodução das duas com a Pública, produtora do Cura. O Sula, novo restaurante, bar e espaço cultural, comandado pela Híbrido e localizado no Edifício Sulamérica, foi o espaço oficial da Festa da Luz. A primeira edição da Festa da Luz tem patrocínio da Cemig e da Becks por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.
Serviço:
Festa da Luz de Belo Horizonte
Informações, fotos e vídeos de cobertura: www.instagram.com/festadaluz.art
Prefeito em exercício, Álvaro Damião diz ser contra o pedágio em Belo Horizonte e promete…
Nora de Alexandre Kalil, médica é acusada de deixar uma amiga em coma após usar…
Um dos maiores ídolos do Atlético, Réver contou por que Matheus Pereira decidiu cancelar acordo…
Repórter da Globo escapa de assalto durante transmissão ao vivo, enquanto reportava sobre onda de…
Com mais de 50 anos de Carnaval em BH, Banda Mole é um dos blocos…
Comentarista da Rádio Itatiaia sugere que basta trabalhar uma ou duas horas por dia para…