O comércio de Belo Horizonte segue quase que totalmente aberto, com exceção de boates, teatros, cinemas e alguns outros setores. Entretanto, esta reabertura pode não durar por muito tempo.
É que com o boicote à vacinação na capital, milhares de pessoas deixaram de receber pelo menos alguma imunização.
Estima-se que pelo menos 90 mil pessoas deixaram de ser imunizadas com a primeira dose quando o Governo de Minas decidiu repassar as doses que seriam de Belo Horizonte para outras cidades.
Distribuição reestabelecida
O prefeito Alexandre Kalil (PSD), anunciou em entrevista ao Estado de Minas que a situação deve ser normalizada:
“Assunto superado. Eu conversei com o governador (Romeu Zema, do Novo). Parece que está tudo combinado. Está apaziguado. Parece que agora está realmente pacificado. Eu falei: ‘governador, se a gente quiser guerrear um dia, nós vamos guerrear. Mas agora não é hora disso. Agora é hora de abraçar todo mundo’. Fui tratado com muita cortesia e o tratei com muita cortesia”
Minas Gerais poderia ser produtor de vacinas
Também volta à tona a denúncia também trazida pelo Estado Minas, de que Minas Gerais perdeu a oportunidade de fabricar vacinas, como RJ na Fiocruz e SP no Butantã, na Funed.
O laboratório Sinopharm tinha o interesse em fabricar milhões de doses aqui, mas alegaram dois motivos para desistirem: a lentidão do trabalho da parte mineira e uma gafe: queriam se reunir às 16h do horário de Brasília, mas às 3h da manhã na China. Consideraram uma ofensa.
BH precisa de 130 mil doses para ampliar vacinação
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, a capital mineira precisaria de mais 133 mil doses para vacinar as pessoas na faixa etária de 50 a 55 anos. Por conta da falta das doses, a Prefeitura de BH interrompeu a imunização por idade desde o dia 11 de junho e não tem previsão para a retomada.
A estagnação na aplicação dos imunizantes no município foi tema de uma disputa entre o governo de Minas e a gestão da capital, que reclamou da quantidade repassada nas últimas semanas. De acordo com o secretário de Saúde de BH, Jackson Machado Pinto, a cidade foi uma das capitais que receberam menos doses em todo o território nacional.
Em relação à imunização por faixa etária, BH está à frente apenas de Palmas, no Tocantins. Enquanto isso, outras cidades do país avançam nas campanhas de vacinação, como é o caso do Rio de Janeiro, que já está imunizando pessoas de 49 anos.
Vale lembrar que os imunizantes que estão sendo utilizados na capital mineira (CoronaVac, Pfizer e AstraZeneca) precisam da segunda dose de aplicação para eficácia, ou seja, o número de doses para a conclusão da imunização de pessoas de 50 anos é de 266 mil.
A expectativa é que com a chegada dos imunizantes da Janssen, de dose única, essa quantidade possa ser reduzida e, assim, acelerar a vacinação na cidade.
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