Onze funcionários da cervejaria Backer foram indiciados por homicídio culposo – quando não há intenção de matar, pela Polícia Civil de Minas Gerais após a intoxicação por dietilenoglicol em cervejas da marca. Após cinco meses de investigação, a Polícia Civil de Minas Gerais apresentou, na manhã desta terça-feira (9), as conclusões do inquérito que investigou os casos da síndrome nefroneural.
Mais de 70 pessoas foram ouvidas durante a investigação. Conforme já havia sido anunciado, a possibilidade de sabotagem foi descartada pela Polícia Civil em meados de abril.
O delegado Flávio Grossi, disse que Polícia Civil conseguiu comprovar, física e quimicamente, a existência de um vazamento no tanque de cerveja. Os indícios comprovaram que o vazamento começou em setembro de 2019, quando foi adquirido o tanque JB10, que foi onde a polícia concentrou seus esforços.”Encontramos o vazamento dentro do tanque. O líquido ia para dentro da cerveja. Achamos a comprovação física e visual da existência desse vazamento, mas, para nossa equipe, queríamos mais. Demonstramos quimicamente uma similaridade entre o produto retirado no tanque e lá dentro do produto. Tinha a mesma composição. Comprovamos de forma química a existência desse vazamento”, disse Grossi.
Apesar dos donos da cervejaria Backer foram indiciados por intoxicação de produto alimentício a Polícia Civil afirma que havia um grande vazamento em um tanque da Belorizontina, e que os donos não poderiam ser responsabilizados criminalmente pelo vazamento. “Não posso responsabilizá-los (proprietários) por algo que seja ligado à mecânica da produção. No entanto, na pós-produção eles atuam com ciência do problema. Essa falta de aviso gera consequência e essa falta do recall gera consequências”, explicou o delegado.
Fazem parte do grupo de indiciados:
Conclusões
Para a investigação, o dietilenoglicol, era utilizado no processo de externo de resfriamento da produção, vinha sendo lançado diretamente nos tanques que armazenavam a cerveja por rachaduras nos equipamentos. Sendo o surgimentos dos primeiros casos de contaminação no final do ano passado. A investigação, no entanto, ficou comprovado que o vazamento já vinha ocorrendo desde 2018. “O que ocorreu foi acidental, mas passível de punição”, afirmou o delegado Flávio Grossi.
Resposta da Backer
Em nota a Backer disse sobre as conclusões do inquérito apresentado nesta terça.
“A Backer reafirma que irá honrar com todas as suas responsabilidades junto à Justiça, às vítimas e aos consumidores.
Sobre o inquérito policial, tão logo os advogados analisarem o relatório, a empresa se posicionará publicamente”.
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Inquérito da Policia Civil foi finalizado com 29 vítimas. Sete delas morreram e22 sobreviveram após ingestão da substância. A Justiça determinou que a empresa arcasse com todos os custos médicos dos 33 sobreviventes, o que até o momento não aconteceu.
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