Se casos de Covid-19 explodirem em BH, comércio poderão fechar novamente, afirma o secretário

O secretário da saúde Jackson Machado levanta a possibilidade da prefeitura decretar lockdown se contaminação sair do controle

“Pode ser que terça-feira se explodir o número de casos, pode ser que volte atrás e feche tudo. Pode ser que a gente determine o lockdown na cidade”

Essa frase foi dada pelo secretário de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado, na entrevista coletiva desta sexta-feira (5). Ele afirmou, mesmo que avançando para segunda fase da flexibilização do comércio, a prefeitura pode voltar atrás e fechar novamente se houver um grande número de pessoas infectadas pelo COVID-19 após da reabertura na fase 2.

O Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19 criado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), monitora frequentemente o nível de isolamento social, a velocidade de transmissão do vírus no município, o uso de máscara, a taxa de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria.

E retratando a velocidade de disseminação do novo coronavírus, Belo Horizonte, caiu de 1,24 para 1,07 da semana passada para essa diante da opção da PBH de não flexibilizar do comércio no último dia 29. Hoje, 100 pessoas infectadas pelo novo vírus contaminam outras 107.

Houve um aumento de 52% para 64% na taxa de ocupação de leitos de UTI separado para o tratamento do coronavírus. “A gente está com medo. Não sabemos o que vai acontecer. Mas como temos uma folguinha no número de leitos tanto de UTI quanto de enfermaria e a velocidade de disseminação do vírus caiu um pouco da semana passada pra essa, achamos que valeu correr o risco e colocar essas pessoas para trabalhar. Estamos preocupados com elas”, ressalta o secretário.

O infectologista Estevão Urbano, afirma que é muito difícil tomar as decisões sobre a flexibilização e que eventuais erros, se ocorrerem, podem determinar uma mudança na orientação.“Não é fácil definir quem flexibiliza e quem não. Nos sensibilizamos muito com a dificuldade de todas as pessoas”, ressalta.

Urbano cita que medidas que possam parecer severas em determinado momento podem, por outro lado, parecer muito apressadas. “A cidade tem o propósito de continuar avançando, com cautela, mas avançando sempre. Nós não queremos voltar (atrás)”, completa o infectologista.