Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem (27), pelo Ministério da Economia, o saldo de admissões e demissões registrou perda de 860 mil postos de trabalho. Essa é a pior marca na história do senso, iniciado em 1992.
Os setores de comércio e serviços juntos, apenas em abril, perderam 592.587 vagas. Em Minas Gerais, foram extintas 88.298 vagas de trabalho em todos os setores, 20 mil só na capital.
5 mil lojas fechadas
De acordo com o Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), a previsão era de que o varejo tivesse cerca de 8.000 demissões em 70 dias de paralisação, podendo chegar em 20 mil nos meses posteriores. Entretanto, os números foram muito maiores.
“Devemos ter de três a quatro meses com vendas inferiores ao normal. Tivemos um empobrecimento da população e uma perda salarial e de trabalho muito grande, conseguimos dimensionar o que será isso. Estamos falando de 5.000 lojas fechadas. Isso é um impacto muito grande na circulação de dinheiro”, comentou o presidente do Sindilojas-BH, Nadim Donato.
O setor de bares e restaurantes também está sendo diretamente afetado pela pandemia. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Minas, Ricardo Rodrigues, 20 % de todos os estabelecimentos de bares e restaurantes em BH e região metropolitana faliram.
O setor de serviços foi o que mais perdeu vagas em abril, com saldo negativo de 362.378, seguido pelo comércio, com 230.209 vagas a menos.
Redução de jornada
Segundo dados do Ministério da Economia, 8,15 milhões de trabalhadores tiveram os contratos suspensos ou a jornada reduzida pela Medida Provisória (MP) do governo federal.
Para Nadim Donato, presidente do Sindilojas-BH, essa medida ajuda a diminuir as demissões no país. “Ajudo demais. Não tem precedentes. Essa redução de jornada vai continuar, porque agora estamos funcionando num horário reduzido”, afirmou.