Com um sistema de saúde teoricamente fora do colapso, Belo Horizonte tem se tornado refúgio para pessoas de outros municípios afetados pelo coronavírus. Pacientes de 56 cidades solicitaram internação na capital.
Desde março, quando começaram os primeiros casos de COVID-19 no estado, foram feitas 2.120 internações em BH, por suspeita da doença. Desse total, 363 (17,1%) vieram de outras cidades.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de BH, os cinco municípios que mais demandam internações na capital são: Sabará (15,7%), Santa Luzia (13,5%), Vespasiano (8,5%), Ribeirão das Neves (7,7%) e Caeté (5%).
Por ser um polo do sistema de saúde estadual, historicamente Belo Horizonte já atende as demandas de outros municípios.
Preocupação com os leitos
Apesar do crescente número de casos de COVID-19 no país, o sistema de saúde da capital mineira ainda apresenta números positivos. BH conta atualmente com 939 leitos de UTI e 4.416 de enfermaria. Até o último domingo, as respectivas taxas de ocupação eram de 77% e 65%, consideradas todas as enfermidades.
Do número total de leitos, 867 são exclusivos para pacientes com coronavírus (220 de UTI e 647 de enfermaria). As respectivas taxas de ocupação eram de 48% e 38%, de acordo com dados divulgados no último domingo.
Mesmo com os números positivos, a administração municipal demonstra preocupação pela alta demanda de pacientes de outros municípios e estados. “Belo Horizonte está virando um grande importador de doentes”, afirmou o prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PSD), mencionado que a capital tinha recebido pacientes de São Paulo, Rio de Janeiro e Pará.
Essa preocupação fez com que BH instalasse barreiras sanitárias em seu território. Há ainda um plano emergencial para melhorar a estrutura do sistema de saúde em caso de necessidade.